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“Depois de primeiro trimestre ruim, desocupação no Brasil recua. Por outro lado, número de pessoas que não encontram trabalho adequado é recorde.” É o que mostra a reportagem de José Roberto Castro pelo Nexo Jornal. Confira:
“A taxa de desocupação no Brasil recuou no trimestre móvel terminado em abril. O número foi divulgado na manhã de sexta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Entre fevereiro e abril, a taxa de desocupação foi de 12,5%, pouco menos do que os 12,7% registrados entre janeiro e março.
Os dados fazem parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e mostram o primeiro recuo na taxa desde o início do ano. Mesmo com a queda, a taxa de desocupação segue em um patamar alto e longe do que costumava ser registrado antes do início da crise econômica.
O mercado de trabalho é muito afetado pelo que os economistas chamam de efeito sazonal, ou sazonalidade. Os motivos são vários, mas o fato é que o mercado de trabalho apresenta alguns comportamentos padrão em determinadas épocas do ano.
Seja porque a colheita de grãos como a soja acontece normalmente no início do ano, seja porque, culturalmente, as pessoas compram presentes em novembro e dezembro, o mercado de trabalho varia bastante durante o ano.
A taxa de desocupação caiu em abril e o recuo nessa época do ano é comum quando se olha a série histórica. E os três primeiros meses do ano, na medição, são historicamente ruins para desocupação. Olhando a série histórica, é normal que a taxa suba no primeiro trimestre e comece a recuar a partir do trimestre terminado em abril. Isso aconteceu em todos os anos da série histórica, exceto em 2015 e 2016, quando, no auge da crise econômica, o desemprego subiu ininterruptamente o ano todo. O gráfico abaixo mostra os últimos seis anos.
A taxa de desocupação no Brasil é calculada medindo qual porcentagem da força de trabalho está desempregada. A força de trabalho engloba quem está trabalhando e quem está procurando emprego e não consegue achar.
Em números absolutos, o desemprego no Brasil segue alto. O país tinha 13,2 milhões de desempregados no trimestre entre fevereiro e abril. O número é menor do que o pico da série histórica, que aconteceu no primeiro trimestre de 2017, quando o país chegou a ter 14,1 milhões de pessoas que estavam enquadradas como desocupadas.
Só é considerado desocupado, e entra na estatística de desemprego, quem não está trabalhando, procurou emprego e está apto a começar a trabalhar. Mas existem outras situações em que o trabalhador pode estar e que são medidas na Pnad.
O número de pessoas subutilizadas no Brasil atingiu o pico da série histórica, que começa em 2012. A subutilização é uma medida usada pelo IBGE para aglutinar pessoas que poderiam estar trabalhando, ou trabalhando mais, e não estão porque não há empregos adequados para elas ou porque desistiram de procurar.
No trimestre terminado em abril, o número de pessoas subutilizadas no país atingiu o recorde de 28,4 milhões. Isso é 13,5% de toda a população brasileira.
A subutilização junta os desocupados a outras três categorias. Os subocupados são os que têm trabalhos que não oferecem o número adequado de horas, são os bicos feitos por pessoas que gostariam de trabalhar mais. Os desalentados são aqueles que gostariam de trabalhar, mas não procuraram porque desistiram. Há ainda os que querem trabalhar, mas não estão aptos a assumir o emprego na semana da entrevista.
Nem desalentados nem os que não podem assumir são considerados no cálculo da taxa de desocupação. Os subocupados são considerados ocupados e ajudam a diminuir a taxa.
Todas essas são pessoas que claramente têm problemas em relação ao mercado de trabalho, mas não são retratadas na taxa. Ou seja, apesar de a taxa de desocupação ter caído um pouco, o número de pessoas sem o emprego adequado segue muito em alta.
Cresceu no último ano principalmente o número de subocupados. No resultado mais recente, o IBGE identificou 7 milhões de pessoas que gostariam de trabalhar mais horas e não conseguem. No mesmo trimestre do ano anterior eram 6,2 milhões — um avanço de 13% em um ano. O número de desalentados e dos que não podem assumir também cresceu.”
Fonte: Nexo Jornal