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Mídia, manipulação política e Previdência: conheça o relatório Vozes Silenciadas

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A Reforma da Previdência é uma das agendas centrais do novo governo Bolsonaro e ganhou ampla cobertura na mídia tradicional. Mas como o tema foi abordado? Como os principais grupos de comunicação do Brasil se posicionaram  diante da proposta do Executivo? 

Com o objetivo de investigar essas questões, o Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social lançou o estudo Vozes Silenciadas Reforma da Previdência e Mídia: o posicionamento de especialistas sobre a proposta de reforma da Previdência do governo Bolsonaro. Segundo dados do primeiro semestre de 2019, O Globo, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, Jornal da Record, Jornal Nacional e SBT Brasil deram espaço para fontes favoráveis à reforma da Previdência de Bolsonaro, enquanto as vozes contrárias à proposta foram silenciadas. As mulheres, que serão as mais afetadas pela reforma, representam apenas 12% dos especialistas consultados pelas reportagens.

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O estudo analisou a cobertura da mídia televisiva e impressa. Na cobertura televisiva, foram analisadas quatro semanas de edições dos telejornais Jornal Nacional (Rede Globo), Jornal da Record (Rede Record) e SBT Brasil (SBT). No grupo de impressos, foram observadas as edições dos jornais O Globo, Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo publicadas de 1º de janeiro a 30 de junho deste ano.

A partir desse grande volume de dados, a pesquisa constrói um mapeamento de quais foram os especialistas ouvidos  nessas mídias, e quais os seus posicionamentos referentes à proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo. Dessa maneira, os pesquisadores identificaram claramente quais as “vozes” escutadas a despeito de outras que foram silenciadas e quais foram amplificadas dentro do debate midiático sobre a reforma da Previdência.

 

Muito mais eles do que elas

A pesquisa também aponta a gigantesca disparidade de gênero. Nos jornais impressos, 88% dos especialistas ouvidos são do gênero masculino. Nos telejornais, a participação dos homens foi de 89%.  A figura do/a “especialista” no jornalismo é aquela que, tendo estudado e conhecendo um tema específico, é escutada e apresentada pelo veículo de informação como desprovida de interesse imediato. De uso recorrente, e necessário, o/a “especialista” é quem aporta informações sobre determinado assunto a despeito do posicionamento político-partidário que subjaz aos outros agentes envolvidos, como um ministro de Estado ou um deputado de oposição, por exemplo.

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Todas as mídias ecoando a mesma voz

Nos telejornais, até mesmo o número de especialistas ouvidos foi baixíssimo. A grande maioria dos programas focaram em divulgar os pontos do projeto do governo, e deram a maior parte do espaço para declarações de integrantes do Ministério da Fazenda responsáveis pelo texto apresentado pelo Executivo. Dos (as) poucos (as) especialistas ouvidos nestes telejornais, 90% se manifestaram favoravelmente à reforma, enquanto 10% posicionaram-se contrariamente.

O lançamento dos resultados foi realizado este mês, em uma mesa com Maria Martha, editora da @generonumero; João Feres, coordenador do @manchetometro; e Rodolfo Vianna, autor da pesquisa e integrante do Intervozes. Toda a apresentação do relatório também está disponível para assistir no YouTube.  Também é possível baixar o pdf ilustrado do relatório completo clicando aqui.

Se você assiste ou trabalha em algum desses veículos, questione você também essa situação direto com os responsáveis pelo @jornaloglobo@estadao@folhadespaulo@sbtonline@jornaldarecord e Jornal Nacional. O objetivo da pesquisa é revelar uma lacuna grave para melhorar a qualidade e a neutralidade dos nossos canais de comunicação, que é um direito de todos os brasileiros e um dever de cada veículo.

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