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Esta semana houve a 4ª Rodada da Negociação Coletiva dos trabalhadores do Rádio e da TV no estado do Rio de Janeiro. Mais uma vez sentamos com o sindicato patronal dos radiodifusores para defender os direitos de todos nós, radialistas. Os patrões apresentaram uma nova versão da sua proposta, que mostrou que nosso trabalho tem surtido efeito, porém a luta é acirrada e se negam a abrir mão de algumas exigências absurdas que ameaçam prejudicar profundamente a sua vida.
Manter o reajuste salarial em 3% para todos os radialistas, exceto os camaradas de rádios AM (que, pela proposta deles, receberiam reajuste de apenas 1,6%);
Todos estes radialistas das AMs também estariam excluídos das cláusulas de participação nos resultados (ou abono) e de todas as outras de cunho econômico;
Além disso, os patrões continuam a investir pesado na retirada de direitos como o quinquênio, que querem congelar (ou seja, encerrar). Sua proposta é que a partir de novembro de 2018 nenhum radialista tenha mais direito a receber o quinquênio.
Insistem também em não realizar as homologações de rescisão de contrato no sindicato. Para quem não sabe, neste processo (que acontece logo após a demissão) é fundamental que o trabalhador esteja seguro e protegido para reivindicar que nenhum dos seus direitos seja negado pela empresa, por isso ele é sempre acompanhado pela nossa equipe que trabalha para você, e por isso é feito aqui no sindicato, a casa dos trabalhadores;
Outra persistência dos patrões na negociação é que seja aberta a possibilidade dos funcionários trabalharem mais do que duas horas extras por dia. Atualmente, mesmo com a reforma trabalhista, isto ainda não é permitido pela lei. Porém, como já vínhamos denunciando há tempos, o lado mais perverso dela é justamente a brecha de que “as negociações passem a valer sobre a lei”. É baseado nisso que as empresas insistem nesta e em outras cláusulas que ameaçam gerar uma exploração do trabalho sem precedentes;
Dentre as cláusulas mais graves, a última que vale a pena destacar aqui é sem dúvida a de que o ponto dos trabalhadores que realizam externa passe a ser contado somente partir da sua chegada no local de gravação (o que pode sacrificar horas de deslocamento do trabalhador, que muitas vezes continuará sendo obrigado a ir primeiro para a empresa, depois para a externa, e mesmo assim só teria contadas suas horas trabalhadas lá, tendo de assumir sozinho toda a responsabilidade pelo translado).
Resumidamente, insistem na proposta inicial de retiradas de vários direitos nossos, conquistados por nós com muita luta ao longo dos anos.
Nosso sindicato rejeitou de antemão esta proposta, argumentando que não temos como segmentar a categoria (principalmente segregando os camaradas de rádios AM); não temos como aceitar o congelamento do quinquênio, nem a possibilidade de bater ponto apenas ao chegar no local de externa, apesar deles insistirem que estas alterações vêm a reboque da reforma trabalhista – esta, em que o Temer praticamente escravizou os trabalhadores brasileiros. Na verdade, literalmente muitos trabalhadores hoje estão sendo escravizados com o aval do presidente. É bem provável que em poucos anos estejamos correndo atrás de resolver os absurdos feitos por este mandato, mas também é crucial que nos defendamos agora, porque alguns ataques quando passam não dão chance de recuperar o tempo perdido. Este é o nosso trabalho agora: resistir, todos juntos.
Seguiremos firme na luta. Nesta quinta-feira (16/11) haverá outra rodada de negociação em que tentaremos avançar em algumas outras cláusulas a nosso favor. Mas para isso, precisamos ainda mais do apoio de todas e todos os radialistas. Precisamos do apoio de todo o estado! Em contato com os camaradas e colegas de trabalho, e em contato com nosso sindicato. Vamos caminhar junto com nosso sindicato gente, para andar pra frente!