Desde o início do ano, universidades e institutos federais perderam R$ 5,84 bilhões em verbas, vários deles sem alternativa senão fechar as portas a partir de outubro. A falta de recursos não atinge apenas o ensino superior, mas também a educação básica. Segundo o governo, essa manobra continuaria enquanto não for aprovada a redução da Previdência. Enquanto isso, 13 milhões de brasileiros continuam desempregados (o dobro de 2014) e a economia enfrenta uma recessão.
É preciso que seja dado aos trabalhadores a oportunidade de ter um emprego, um ensino público de qualidade, e uma aposentadoria digna. Três coisas pelas quais estamos dispostos a lutar para conquistarmos, como nossos direitos.
Nossa profissão também faz parte disso: o “contingenciamento” na educação afetou todos os cursos públicos de profissionalização na área do Rádio e da TV; a informalidade e as demissões no setor atingem níveis recordes; e também a insegurança dos radialistas em vias de se aposentar nunca foi tão grande.
Vale destacar que, para os radialistas, este 13 de agosto não é um dia de greve da categoria. Mas o Sindicato reitera a importância de noticiar, dar visibilidade e buscar entender realmente esses protestos. É preciso sim que todos nós participemos desse movimento de diálogo sobre as atitudes de agora e os caminhos para o futuro do Brasil.
Reunião e repressão
Na última quarta-feira (6), representantes da UNE se reuniram com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para pressionar pela liberação de recursos para as universidades e institutos federais. Segundo, Montalvão, o ministro não apresentou qualquer solução para aquilo que o governo vem chamando de “contingenciamento”.
Em vez de aprofundar o diálogo, Weintraub preferiu requerer ao ministro da Justiça, Sergio Moro, a utilização da Guarda Nacional para coibir os protestos dos estudantes. Prevista para agir, inicialmente, na Esplanada dos Ministérios, os soldados da guarda poderão atuar também em campi das universidades federais em qualquer cidade do pais.
Para o presidente da UNE, a iniciativa é uma tentativa do governo para amedrontar as pessoas e desestimulá-las a participar das manifestações, mas poderá ter efeito contrário. “Quando fazem isso, deixam as pessoas ainda mais indignadas com os ataques à democracia, e vai fazer com que mais gente participe. Mas nós vamos procurar também ações jurídicas, ver se há possibilidade de contestar esse tipo de medida.”
Programação
Em resposta a esse cenário, ocorrerão manifestações em pelos menos 80 municípios do país ao longo do dia, incluindo capitais e grandes cidades. Confira abaixo um mapa interativo com todas elas: