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Trabalhadores da Acerp iniciaram hoje (07/07/2020) uma greve por tempo indeterminado, até que sejam pagos os salários atrasados. Rio, São Paulo e Brasília estão unidos nesta luta. Tv Escola e Cinemateca brasileira foram gravemente prejudicadas desde que o governo federal rompeu seus contratos, afetando a Acerp como um todo.
A deliberação pela greve foi feita em assembleia geral com todos os setores da emissora, há cerca de três semanas. Os trabalhadores haviam acabado de realizar uma paralisação simbólica de 24h, buscando pressionar por uma resolução mais eficaz quanto aos salários (atrasados desde abril).
Muita gente não sabe que tudo isso começou com uma atitude ilegal do Ministério da Educação, que rompeu o contrato de financiamento dos projetos da Acerp. Durante 30 anos a Acerp é referência mundial de comunicação educativa. Ela é a responsável por preservar a memória do audiovisual brasileiro e promover a educação pública para todos, com acessibilidade e acesso à informação.
O contrato do MEC com a Acerp exige um aviso de 1 ano de antecedência caso uma das partes decida não renovar. Mas, em dezembro de 2019, quando a Acerp já havia passado com louvor em todos os critérios para renovação do contrato já em janeiro de 2020, o então Ministro Abraham Weintraub simplesmente suspendeu os pagamentos.
A decisão arbitrária e sem aviso prévio resultou em centenas de demissões do dia para a noite. Ainda assim, os trabalhadores seguiram com o maior esforço para manter o patrimônio cultural brasileiro vivo. Contudo, desde abril, esses mesmos funcionários estão sem salário.
Por isso, precisamos do apoio da população. A Cinemateca guarda o precioso acervo de mais de um século do audiovisual nacional. Há mais de 20 anos a TV Escola leva informação e conteúdo a professores e estudantes de todo o país, em lugares onde muitas vezes a própria escola não chega. Além disso, o ataque à Acerp como um todo também afeta, ainda que indiretamente, a TV INES, que é o primeiro e maior canal bilíngue do Brasil (com 100% do conteúdo em Libras e Português), levando informação a 10 milhões de surdos brasileiros – uma experiência única na América Latina e inspiração para projetos de inclusão nos países mais desenvolvidos no mundo.
Como marco da campanha “SOS Acerp”, os próprios trabalhadores compilaram vários depoimentos em vídeo, explicando para a população tudo o que está acontecendo e como se mobilizar para ajudar. Apesar de ter sido publicado ainda no contexto da paralisação de 24h, infelizmente continuamos na mesma luta durante a greve atual por tempo indeterminado: exigimos respeito aos direitos dos profissionais da Acerp! Respeito à TV Escola, à Cinemateca, e a toda a comunicação pública brasileira! Clique aqui para assistir o depoimento dos trabalhadores na íntegra.