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Número de sindicalizações apresenta queda desde 2014, mas foi em 2018 que o país perdeu o maior número de trabalhadores associados a sindicatos. Em 2019, país atingiu a menor taxa de sindicalizados.
O estudo foi publicado hoje na página do IBGE. Entre os dados, ele mostra uma linha do tempo da queda de trabalhadores sindicalizados que é muito importante pra entendermos a raiz dos nossos desafios.
O número total vem caindo desde 2014 – ou seja, ainda na gestão Dilma, e concomitante aos primeiros avanços na terceirização e pejotização em vários setores (incluindo rádio e TV). Mas é 2018, logo após a Reforma Trabalhista do governo Temer, que fica marcado como ano da maior redução de sindicalizados do país. E em seguida, o 2019 de Jair Bolsonaro ataca ainda mais as organizações de trabalhadores, e torna-se o ano com o índice mais baixo de sindicalizados em toda a história do Brasil.
Outra informação apurada pelo IBGE no mesmo caso é que 1,1 milhão de trabalhadores tiveram a carteira assinada em 2019. Alguém poderia dizer: “Então estamos melhorando os empregos?” Mas qual é a qualidade dos empregos que temos hoje? Boa parte desses 1,1 milhão está na legião de terceirizados que, apesar da carteira assinada, também sofrem com uma negação de direitos absurda.
Na outra ponta está o recorde de CNPJs – porque afinal tem mais empresas que empregos no país: 8,4 milhões de pessoas estão cadastradas como PJ, MEI etc. Só que isso é menos de 30% dos que trabalham por conta própria. Estima-se quase 17 milhões de brasileiros na informalidade.
Mas os dados não só mostram que estamos perdendo os terceirizados. Mostram também que estamos perdendo os trabalhadores sem ensino superior. “Em 2019, dos 10,6 milhões de trabalhadores sindicalizados, 67,3% (7,1 milhões) tinham pelo menos o ensino médio completo, enquanto 31,7% (3,4 milhões) tinham ensino superior completo. Apenas cerca de 1% (aproximadamente 100 mil) não chegaram a concluir o ensino fundamental.”
Ou seja, o sindicalismo que sempre foi mais forte na base, cada vez mais se restringe a quem possui diploma. Seria o juridiquês? A burocracia? Ou as condições dos trabalhadores é que estão tão piores ao ponto de nem do sindicato conseguirem mais participar? Provavelmente, é tudo isso junto.
Há um contexto importantíssimo para avaliar a queda do número de sindicalizados no Brasil que não está nos dados oficiais do IBGE, mas está no nosso dia-a-dia, na imprensa e nas conversas de whatsapp. Além da redução intensiva de direitos, da reforma trabalhista, do aumento do desemprego em troca de subempregos cada vez mais precarizados… É a máquina de ódio, difamação e desinformações que circula nas redes de mídia, que contagia nossos colegas a generalizar os sindicatos todos e falar mal da própria classe e da própria categoria.
É fundamental lembrar que a difamação do movimento sindical não é uma atitude isolada de pessoas comuns. Ela vem sendo impulsionada por campanhas coordenadas, tanto de empresas quanto de mandatos públicos (dentro e fora dos limites da lei, como mostram investigações como a “CPI das Fake News”).
Nós no SinRadTv-RJ buscamos fazer um sindicalismo forte e independente, coletivo e transparente. Mas sabemos que este desafio é muito maior que qualquer categoria profissional, qualquer empresa ou setor. É por isso que precisamos, a cada dia, fincar nossas raízes e honrar a coragem e mobilização dos que vieram antes de nós, dos que lutam longe e ao lado, nas condições mais precárias, e nunca desistem. Temos que estar juntos e dar um BASTA! Queremos empregos e direitos!
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